terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Túnel do tempo

Quatro ou cinco vezes ao ano, quase sempre em feriadão, o vizinho abre a casa. E vem acompanhado de amigos, que nunca sabemos se são meia dúzia ou 320, pois pouco se manifestam. Ou por outra: conversam pouco; preferem marcar presença por meio de potentes amplificadores. O cardápio musical (cujos itens, a depender da empolgação, são oferecidos a 130 decibéis) inclui:

Frenéticas, Roberta Flack, Sidney Magal, Electric Light Orchestra, Juca Chaves, Gretchen, Paralamas, Titãs, The Cure, Bill Halley, Villa Lobos em ritmo de samba (vão ser ecléticos assim na casa do Carvalho), Village People, o som putz-putz (cada música tem dois acordes, dura uns oito minutos, e toca como se estivesse em looping. Tecno, acid? Que nome tem isso?), Jorge Ben, Ira, a trilha sonora de rodeios, Hooked on Classics (Beethoven em ritmo de discoteca etc). Quando entrarem Carpenters, Bread, Elton John e Earth, Wind and Fire, aí sim o menu estará completo.

Tamanho ecletismo me põe a imaginar (é o que me resta: os muros são altos, e o insufilm oculta a identidade de quem chega), a cada vez: que idade tem essa moçada? Quantas gerações estão ali representadas?

Nenhum comentário: