segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Pequeno Nicolau

Uma vez mais, hesitei antes de entrar no cinema. Isso porque assistir a um filme baseado num livro quase sempre acaba em frustração, no meu caso. Não porque eu espere fidelidade à obra original; isso é bobagem, já que se trata de duas linguagens distintas. Justamente quando a fidelidade é cega é que o filme fica previsível. O essencial é que o espírito do livro seja preservado. É o que acontece com O Pequeno Nicolau, um delicioso filme baseado na série de Goscinny – ilustrada por Sempé. Algumas sequências são nitidamente retiradas do texto original, mas há várias invenções no roteiro, todas elas bastante fiéis à natureza travessa de Nicolau e turma. As atuações são memoráveis, incluído aqui todo o elenco-mirim (quando as comparamos à interpretação de algumas crianças, em nosso cinema e televisão, fica visível nossa distância de anos-luz dos franceses).

Sem contar que o filme termina de modo comovente, numa cena em que Nicolau assume o papel de alter ego de Goscinny. Belíssima adaptação, num filme que, assim como o livro, agrada a gente de todas as idades.

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