Setor de Otorrinolaringologia de um renomado hospital público de São Paulo, anteontem. Talvez devido à falta de salas, ou então à grande demanda, a médica fazia uma triagem na própria sala de espera. Mas não apenas a triagem: uma espécie de pós-consulta também. Ao lado, ouço a conversa entre ela e o paciente:
– Seu Antonio, olha, é o seguinte: estive analisando o seu caso, vamos ter mesmo que internar o senhor.
– Hein?
– Vai ser preciso, pra dar continuidade ao seu tratamento.
– Mas... internar? Por quê?!
– Pois é, seu Antonio...
A seguir, dois possíveis desfechos para o episódio. Comecei a achar que presenciaria este primeiro:
Surgem dois brutamontes, um de cada lado de Seu Antonio. Que já sente o braço ser agarrado. Dois PMs se postam ali perto, para o caso de necessidade.
– Ei, o que é isso? Me larguem!
– São os procedimentos, seu Antonio. É melhor o senhor cooperar.
– Que história é essa de internação? Me soltem! Arhmmpf.
Sobreveio, porém, o desfecho (sur)real:
– Márcia*, você chamou Antonio Carvalho, não foi? – pergunta o colega, da recepção.
– Isso mesmo.
– Aqui está ele (apontando para o verdadeiro Seu Antonio).
– Ai, desculpa, senhor! (também chamado Antonio).
Itaguaí é aqui.
(* Nome fictício, para não estimular uma caça às bruxas no C.R.M.)
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Um comentário:
gostei muito do seu blog. vou virar freguês.
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