segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Jean Charles

Aparentemente, em se tratando de cinema, quanto menor o conhecimento prévio sobre a história a ser contada, melhor. Só depois de ter assistido a Jean Charles, soube que ela continha vários elementos de ficção, que o diretor Henrique Goldman revelou ter acrescentado à história real. Admirável, a sobriedade com que o filme é conduzido. Nada de efeitos mirabolantes, nenhuma afetação da parte do elenco (composto também de não atores), extrema discrição na música.

Facílimo, aliás, errar a mão na trilha sonora. Impressiona a quantidade de filmes que tem escorregado nesse aspecto – nada mais desagradável que a trilha que tenta moldar as emoções da plateia, no estilo das reportagens “emotivas” do Fantástico, com closes no rosto do entrevistado e violinos ao fundo. Parecem apostar no fato de que o espectador está se lixando para o que ouve (como acontece numa infinidade de lojas, restaurantes e espaços públicos, em toda parte). Uma aposta na audição embotada.

Numa época de celebridades, em que é comum a estética do filme ganhar mais importância do que a história propriamente dita (um olho na câmera, outro na possível indicação ao Oscar), filmes como Jean Charles são um verdadeiro bálsamo.

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