terça-feira, 25 de maio de 2010

O Mago

Biografia de Paulo Coelho, por Fernando Morais (Editora Planeta, 2008). Uma leitura altamente recomendável para muitos da chamada “elite”.

Livro que recomendo vivamente aos pais e professores que, dentro de casa, permitem que seus filhos assistam apenas à programação da TV Cultura, Futura ou de canais educativos. Àqueles para quem a verdadeira música só pode ser apreciada na Sala São Paulo ou na Rádio Cultura FM. Aos cinéfilos para quem, tirante Bergman, Fellini e Kurosawa, muito pouco sobra. Aos que consideram as revistas Bravo, CULT e Piauí as únicas publicações decentes. Aos acadêmicos e leitores para quem Machado, Dostoievski, Shakespeare, Rosa, Pessoa, Cervantes, Lobato e companhia são o único parâmetro para que se possa julgar a literatura de qualidade. Aos que, com “aquela velha opinião formada sobre tudo”, erigiram o mais rígido cânone, ao qual é vedada a entrada de novatos.

O relato mostra, de um lado, o estrago causado pelas ideias fixas e imutáveis (as mesmas que alimentam a intolerância racial, religiosa etc). Do outro, o malogro total na tentativa da mídia e desta elite, de estabelecer uma separação nítida, por meio de resenhas categóricas, entre o bom e o descartável.

“Nosso olhar é viciado”, me disse certa vez um amigo arquiteto. Se, ao deparar com o título desse post, ou com esta biografia, o leitor consegue vencer a resistência que é instantaneamente criada (narizes torcidos, “não li e não gostei” etc), criará a oportunidade de conhecer uma história de vida fascinante.

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