terça-feira, 1 de setembro de 2009

De pragas urbanas e leis

Lembra-se do tempo em que você ia a um restaurante e não havia tevê ligada ao fundo? Quando era possível ler dentro de um ônibus em movimento sem que a passageira ao seu lado começasse uma D.R. com o namorado, via celular? Hoje, além de tais cenas terem sido incorporadas à paisagem, o celular funciona como aparelho de som e é ligado no volume 15 dentro do metrô ou do ônibus. Olho ao redor, buscando cumplicidade para meu pasmo, e nada. Hipótese: está em curso um processo generalizado de embotamento dos sentidos. Ou então é o blogueiro que está ficando senil.

Ora, se dirijo pelas ruas com o som ligado em 120 decibéis, se meu I-Pod é perfeitamente audível a dez bancos de distância, no ônibus, estou tratando o espaço público como privado. A rua e o ônibus como extensão de meu próprio quarto. E cadê o moral que me dá o direito de ficar indignado com Sarney, com o Senado etc? Não estou fazendo mixórdia parecida?

Está em vigor a lei anti-fumo em locais públicos em SP. Inspirada nela, não caberia discutir a viabilidade de uma lei anti-música ambiente?

3 comentários:

Unknown disse...

li hoje que haverá, nos ônibus de sp, tv em tempo real. deduzi que o volume deve acompanhar as imagens. já pensou?

Luis G. disse...

Melhor nem pensar.

REGINA disse...

Eu também acho um absurdo!! Aliás, mas uma demonstração da falta de educação e respeito que impera nas grandes cidades! Coitado desse povo brasileiro!!