terça-feira, 20 de julho de 2010

Onde vamos parar?

“Defendo que a escola deve pensar em não considerar mais como erros certas construções usadas por todas as pessoas cultas quando falam e mesmo em textos literários. Não defendo que TODAS as construções de TODAS as pessoas em TODAS as circunstâncias sejam aceitas, mas aquelas que as pessoas CULTAS não percebem mais como erros.

Refiro-me a construções como ‘Preferir alface do que rúcula’, ‘Tinha muita gente na praça’, ‘A moça namora com o vizinho’, ‘Me disseram que a seleção embarcou’, ‘Mandei ele fazer isso’, ‘O Brasil, ele é um país desigual’ etc. (...) Ante propostas assim, muitos perguntariam: ‘onde vamos parar’: a) Vamos parar onde já estamos (pois quase todo mundo já fala assim, com exceção, às vezes, de especialistas em erros); b) Escolas e sistemas de seleção seriam mais justos, ao cobrar o domínio do português culto de seu tempo”.

Sírio Possenti, em artigo na revista Língua Portuguesa de julho/2010.

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